viernes, 18 de septiembre de 2009
Eu sou o acrobata preso no porta-malas
eu sou o acrobata preso no porta-malas,
deitado de mau jeito, com uma venda nos
olhos e um dedo decepado. um formigueiro
estúpido na nuca e um braço morto. e você
não me vê porque não quer. posso me
contorcer de alegria até explodir com discreta
naturalidade. como sempre fui. não sei o que
acontece lá fora. e minhas pernas estão
aborrecidas demais para chegar a algum
lugar. puta sorte ruim. mas consigo rir disso
tudo. você consegue? se pelo menos você
tivesse algum controle sobre seu corpo, seu
rosto triste e fundo. ou mesmo sobre o acaso, o
abismo, as freadas bruscas, o oxigênio. estes
solavancos sem esperança, por exemplo. já me
pouparia a vida, o braço esquerdo, o dedo mínimo
da mão direita. eu sou o acrobata preso no porta-
malas e este buraco é apertado demais para
nós dois. estamos sem fogo, sem aparência,
sem os nossos fitoterápicos e você ainda jura,
jura que vai perder a cabeça, que vai acabar
comigo. o sumo ralo de três talos de alface, um
chá de arruda que mal dá pra dois. o oxigênio
entra calmo pela frincha da lataria azul novinha
novinha, e areja o mundo, o seu miolo mole
( Júlia Studart)
Com vagar eu retomo esta série de acrobacias remix. Com vagar. Tal qual a poesia de Júlia Studart, e sua magnífica versão. Com vagar, Júlia escreve. Moça inteligente, pesquisadora, guarda os poemas na gaveta para qualquer dia. Ou não. Eu de cá me sinto um pouco responsável por isso. É bom saber. Júlia Studart nasceu na cidade com nome de forte, mas agora habita a ilha do desterro. Júlia acorda sempre com outro Lima, e se sente feliz.
deitado de mau jeito, com uma venda nos
olhos e um dedo decepado. um formigueiro
estúpido na nuca e um braço morto. e você
não me vê porque não quer. posso me
contorcer de alegria até explodir com discreta
naturalidade. como sempre fui. não sei o que
acontece lá fora. e minhas pernas estão
aborrecidas demais para chegar a algum
lugar. puta sorte ruim. mas consigo rir disso
tudo. você consegue? se pelo menos você
tivesse algum controle sobre seu corpo, seu
rosto triste e fundo. ou mesmo sobre o acaso, o
abismo, as freadas bruscas, o oxigênio. estes
solavancos sem esperança, por exemplo. já me
pouparia a vida, o braço esquerdo, o dedo mínimo
da mão direita. eu sou o acrobata preso no porta-
malas e este buraco é apertado demais para
nós dois. estamos sem fogo, sem aparência,
sem os nossos fitoterápicos e você ainda jura,
jura que vai perder a cabeça, que vai acabar
comigo. o sumo ralo de três talos de alface, um
chá de arruda que mal dá pra dois. o oxigênio
entra calmo pela frincha da lataria azul novinha
novinha, e areja o mundo, o seu miolo mole
( Júlia Studart)
Com vagar eu retomo esta série de acrobacias remix. Com vagar. Tal qual a poesia de Júlia Studart, e sua magnífica versão. Com vagar, Júlia escreve. Moça inteligente, pesquisadora, guarda os poemas na gaveta para qualquer dia. Ou não. Eu de cá me sinto um pouco responsável por isso. É bom saber. Júlia Studart nasceu na cidade com nome de forte, mas agora habita a ilha do desterro. Júlia acorda sempre com outro Lima, e se sente feliz.
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